O país está com dificuldades em se encontrar em termos de discurso político e por vezes até já falta a urbanidade no debate.
Numa audição ao ministro da Educação ouvi no Parlamento um impropério de um deputado do Chega a uma deputada do LIVRE, em relação à Educação Sexual nas escolas. O deputado do Chega disse à senhora que «arranja-se um quarto e fizesse o que quisesse».
Houve quem lhe chamasse “à parte”, eu chamo-lhe falta de civismo, de educação, de respeito.
O Parlamento é a Casa da Democracia, do respeito, da educação e do saber estar, e se André Ventura é tão lesto em chamar os outros à atenção porque não chama o seu deputado neste canso em concreto?
O que aconteceria se um deputado de outro partido tivesse este comportamento, por exemplo com Rita Matias? Que atitude teria o Chega e o seu líder.
Na política não vale tudo e há limites para o aceitável, temos de saber onde estamos e o que dizemos, os deputados são representantes do povo e não podem ter este género de comportamentos nem de discurso.
Estamos quase a chegar às eleições autárquicas e esperemos que a elevação do debate impere e que os candidatos saibam que são os futuros representantes do povo nas autarquias locais, é que às vezes com alguns comportamentos que vemos, parece-me que se esquecem do lugar que ocupam.
Faço uma ressalva positiva ao caso que aqui apresentei, todos os Grupos Parlamentares naquela audição rejeitaram as palavras do deputado do Chega e solidarizaram-se com a eleita do LIVRE, porque na política não pode valer tudo, nem para nos fazermos de engraçadinhos.
